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domingo, 1 de agosto de 2010

OS LOUCOS

Andam por ai a divagar

Aqueles, que a sociedade não quis integrar

Neste silêncio que paira no ar

Com esperança de que um dia se vão curar



Sempre a fumar, ou a delirar

Dizem que o tempo não custa a passar

Sabem bem porque vieram cá parar

Dificilmente da loucura se irão separar



Fixam o seu olhar

Em algo que não existe

Aquele delírio não vai parar

E aquela obsessão persiste



Aquela voz que vai com eles para qualquer lugar

Faz a loucura aumentar

A perseguição nunca vai parar

Até que eles não a comecem a tratar



Deambulam no silêncio de um olhar

Daqueles que por um bocado param para falar

“Quando é que vocês me vão curar?”

A pergunta persiste e a resposta fica no ar…



A loucura está instalada

A demência cada vez mais exacerbada

A esperança esfumaçada

A vida? Cada vez mais enevoada



Um movimento brusco, um olhar desconfiado

“Está atento, é preciso ter cuidado!”

Este está aqui internado

É louco, o caos está instalado

Aquele está no conde ferreira

Não batia bem da mioleira

Era tolinho coitado

Ainda bem que está internado



Ninguém se preocupa em saber o que estão a sentir

Ninguém vai perguntar se precisa de algo

Porquê? Porque está doente…demente…

É o ser que lhe está subjacente!



Aquele parou-lhe o caco

Era um fraco

Vai ficar internado

O caos está instalado



Os delírios não conseguem controlar

Não têm culpa de terem que aqui estar

Mas isso, ninguém quer saber!

É melhor esquecer, nem preocupar…



Eles também podem sentir

O que é ser posto á parte, de lado…

“Deixa-o praí que ele é meio chanfrado”



Sentado no banco do jardim a ver quem passa

Pega no cigarro para dar uma paça

Deambulam naqueles corredores frios

Aqueles que lá vivem até causam arrepios



A insanidade está lá instalada

Ninguém faz nada para mudar

A maneira de pensar

Daqueles que de fora dão uma olhada



A demência daqueles seres perdura

Por vezes o necessário era alguma ternura

Não sabemos o que pensam daqueles que lá vão

Só que pensam, que nunca mais sairão



Parecem ter aquele ar delirante

Também só param graças ao “calmante”

Parecem ser o símbolo da anedonia

Todos os dias são iguais com a esquizofrenia



Muitos deles estão lá á espera da morte

Para a família isso era uma sorte

Não os querem por perto

Pois o medo, é o mais certo



Alteração, é esse o seu mal

Vão leve-la até ao fim da vida

Acaba por ser uma viagem sofrida

Uma vida, uma hipótese Perdida…



Da Loucura á Sanidade vai um olhar de MALDADE…..


Cathia Chumbo (autora portuguesa,estudante de psiclogia)

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